12.20.2005

BLAGUNÇOU O BLOGUE

Isto podia ser muito bem um samba de breque, mas virou um samba de blogue. Olha que seu autor persegue a disciplina que a si mesmo impôs e propôs aos seus adoráveis visitantes, qual seja, a de produzir dois livros ao mesmo tempo e em tempo real: um de crônicas e poesias, às vezes, mini-contos, cujas peças vão surgindo às terças; outro, um romance, que pretende - sem pretensão - recuperar, não o ufanismo, o otimismo de Policarpo Quaresma no começo da sua história, tão sensivelmente contada por Lima Barreto, contrapondo-se ao tom de desânimo e descrença que se caracteriza em seu triste fim, tão recorrente em cada um de nós, mais platéia que atores e atrizes desse espetáculo permanentemente contundente, chamado Brasil.
Pois que o autor do blogue, que começou por fazer blague, dando-lhe o nome de Diário de um Mario, veio a visitá-lo, para ver como andavam as coisas em seu jardim, onde planta e pouco sabe de suas mudinhas, se se viraram e desandaram a falar ou permaneceram mesmo mudas, para sempre mudas; e surpreendeu-se - como quem pisa no que ninguém gosta de pisar ou, mais distraído, vai pela rua e dá com a cara no poste -, ao perceber que sua disciplina havia ido pro espaço, espaço muito longe deste, o blogue, ele mesmo. Como última publicação (horrendamente chamada de postagem), uma de 18 de novembro - quando, hoje, Terça, é 20 de dezembro. Repetindo e sublinhando, sem sublinhar: Terça - e Terça-20-de-dezembro; não um dia qualquer de novembro, já ido, ultrapassado, remanescente na memória e olhe lá.
Protestar o que e contra quem? Contra o blogue? Um espaço virtual e, portanto, espaço que não há, ninguém mora nele, atende a campainha, manda dizer que não está? E de graça! Ora, nada a fazer, a não ser confessar que, além de tudo, é de graça.
E fazer a - com perdão da palavra feia - postagem, exatamente deste desabafo, com a única intenção de desblagunçar o blogue.
Aí vai. E seja lá o que Deus quiser. Mesmo porque, ano que vem, teremos eleições. Sinceramente, pela primeira vez dessa coincidência-mais-que-forçada, que bom se não houvesse Copa do Mundo!
Mas há.
Seja o que Deus quiser.
E que ele exista.
E que despache aí um anjinho principiante, cheio de boas intenções, para arrumar essa blagunça, Brasil incluído, quem sabe?

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