3.23.2020

NOS 26 ANOS DE MARIA LUÍZA


Maria Luiza faz 26 anos hoje. Amanhã é dia de continuar seu terceiro ano de residência atendendo a quem precisar. Que a ciência médica invente um novo complexo B que, em vez de mosquitos, exale um cheiro que afaste vírus. Que a farmacêutica descubra um hidratante que, de tão perfumado e emoliente, mande o vírus tomar banho (bem longe de nós). Que os liberais de plantão compreendam de uma vez por todas que a ação humana movida pelo egoísmo, nada mais que o egoísmo, nada cria, nada transforma, somente afasta. Que os defensores do estado máximo se deem conta de que essa ideia surgiu para justificar monarquias absolutistas, muito mais perversas que paternalistas, de um paternalismo falso quanto falso é todo moralismo. Que em breve cabelereiros voltem a nos cortar os cabelos e os garçons a nos servir cafezinhos quentes e chopes gelados. Que essa pandemia logo se vá, mas deixe a certeza de que a vida pode ser mais convivência e menos campeonato. Que a solidariedade esteja sempre presente e não apenas em salas de espera com flores murchas. Que você, minha filha, continue sendo essa pessoa imensa de alma e de carinho, até mesmo na escolha e no exercício da sua profissão. Um beijo, do papai.

3.19.2020

DÚVIDAS E UMA SÓ CERTEZA



A única certeza é: precisamos de ar, comida, água, álcool, sorrisos, enfermeiros e médicos (e um pouco de vinho, se não for pedir muito).

Algumas dúvidas:

O que representaria maior risco para nossa vã democracia? Manutenção do titular? Substituição pelo seu vice? Ou a reeleição do titular e/ou do seu vice?

No momento, quem dá as cartas e começa a perder o jogo é um vírus. E depois, quem dará as cartas no Brasil? Donald Trump? Edir Macedo? Homo Sapiens? Ou papagaius imbecilis?

Adquirir com poderosos tostões o estoque de produtos nas prateleiras de mercados e farmácias é precaução? Ou egoísmo?

Não fosse a dúvida, ou não a havendo, seria a Terra ainda plana?

A única certeza é: precisamos de ar, comida, água, álcool, sorrisos, enfermeiros e médicos. E um pouco de vinho, se não for pedir muito.