O espelho e a luz do elevador
provam nossa existência depois da morte.
Todos ficamos cadavéricos
debaixo da luz descolorida que sobe ou desce
no reflexo magnético do espelho mórbido.
Vizinhos que se cumprimentam e se olham no espelho sabem:
naquele momento não são, estão de passagem,
espectros de si mesmos.
Comentam seus espectros
que houve um tempo dos pais ou avós em que a luz
era de abajur.
Se um deles aceitar o convite para trocar de luz
de elevador para de abajur, a viagem será no tempo
desde que não se fale da cor – lilás. Neste caso
a viagem será também de bairro.
Chegamos ao térreo,
não houve o convite, somos nós mesmos
vivos
em si mesmos.
O DIÁRIO DO MARIO contém crônicas e poemas de Mario Benevides, além do embrião do romance A REVOLUÇÃO DO SILÊNCIO, do mesmo autor, publicado em 2007 pela Design Editora, aqui no blog com o título A DINASTIA DE RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS.
12.27.2011
12.04.2011
PROGRESSO
Se me querem poeta,
por favor uma rede,
uma mulher,
um mar,
uma vila de pescadores,
peixe, cerveja, cachaça,
lápis, papel, borracha.
Se me precisam engenheiro,
me bastam lápis, papel,
borracha.
por favor uma rede,
uma mulher,
um mar,
uma vila de pescadores,
peixe, cerveja, cachaça,
lápis, papel, borracha.
Se me precisam engenheiro,
me bastam lápis, papel,
borracha.
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