2.07.2006

O INGLÊS, O PORTUGUÊS E O AUSTRÍACO

Aconselhava Bernard Shaw que mulheres deveriam fazer o possível para casar e os homens o impossível para não casar. Não se sabe ao certo se o conselho continua válido, nesses dias de 2006. Mulheres das classes alta e média são criadas para a auto-suficiência; se ficam nas casas de seus pais até concluirem o após-pós-doutorado, aí é outra coisa, de conjuntura, tempos difíceis, muito concorridos. Homens desses mesmos tempos e classes passam pela mesma situação. Nas classes mais baixas, a dificuldade é tanta, mas tanta, que é a mesma de sempre: pouco emprego, de faxina, de pedreiro, de perda do emprego de pedreiro e consolo na cachaça e tome porrada na mulher, faxineira. Não é de se presumir que o conselho do inglês teatrólogo seja dos melhores para essas classes, isto é: todas. Nas baixas, é porrada na certa; nas altas, ganhar dinheiro é preciso, viver, já não se sabe - que nos perdoe o poeta português.
Outra questão a pensar é que homens se esforçaram tanto para ser tidos como atletas do sexo que muitas mulheres gostaram da idéia e passaram a exigir deles um desempenho digno de premiação. Perguntas do próximo vestibular: (1) O Viagra foi inventado por (a) Homens (b) Mulheres (c) Pink e Cérebro; (2) Sua invenção se deu para (a) Resolver problemas de ereção (b) Criar problemas variados (c) Você não tem nada a ver com isso.
Mas algumas respostas são certas e atemporais: (1) Mulheres são mães desde o dia em que nascem; (2) Homens são filhos desde o dia em que nascem; (3) Quando se casam, é assim que se comportam.
Tanta volta, somente para uma vez mais dar razão a ele mesmo: o austríaco Freud. Calma! E mulheres, enquanto não se casam, são mães ou filhas?
Enquanto não se casam.

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