4.11.2005

SEXTETOS DE OURO PRETO; SÉCULO XXI

Tuas ladeiras eu vi
Pela primeira vez
Faz tempo -
Menos tempo, é claro,
Que da tua história,
Que de teu sofrimento.

Não vi tantos automóveis
Quanto os que vi agora,
Mas, outrora,
No tempo em que os não percebi,
Ainda que em boa companhia,
Não tive tanta sorte quanto agora.

Agora,
Já no século vinte e um,
Tive a sorte
De comigo virem violões;
Sabe-se lá de onde chegaram
Tantos e tão sábios violões -

E de que geração.
Tocam Vinicius e seus parceiros,
Tocam Tom e seus parceiros,
Tocam mais: Paulinho Nogueira,
Milton Nascimento e seus parceiros,
Adoniran.

Tocam meu coração,
Minha lembrança,
Existência e precisão.
Minas não há mais;
Há Minas Gerais,
Um bispo, um curso

De especialização.
Há um encantamento,
Há o exato momento
Da decisão:
É preciso morar em Minas Gerais;
É fundamental tocar violão.

Mario Benevides, MBA da Fundação Dom Cabral, Minas Gerais, abril de 2005.

2 comentários:

Anônimo disse...

Minas é a terra dos ciganos que se encantaram, não viajam mais e, agora, tocam violão nas ladeiras, perto da matriz. É onde mora meu peito.
Bela indicação da Thamy!
Continuo, agora, no aguardo de novidades sobre o Coração dos Outros.
Um abraço,
Cassius Guimarães

Anônimo disse...

Grande Mario,

gostei muito do estilo e, particularmente, da homenagem a Minas, Ouro Preto e violões.

Voltarei para ler um pouco mais.

Um abraço,
Paulo