Depois do discurso de Lula em 10 de março (ontem), o jornalista Octávio Guedes disse hoje de manhã o que eu gostaria de dizer. Extremistas são o Bolsonaro e o PCO (Partido da Causa Operária). Um prega Pinochet, Stroessner e Medici, o outro a ditadura do proletariado. Ainda nas palavras do jornalista, pode-se gostar ou não do PT, mas em 13 anos de poder respeitou a democracia. Sofreu impeachment e saiu, o líder foi condenado e se entregou à polícia. Lula atrai o povão que quer emprego, picanha e cerveja. O outro, o povão ressentido com a vida, com a própria vida, contra o sistema, precisa de um líder contra tudo. Palavras do jornalista, e eu assino embaixo.
Falando por mim, eu sempre pensei dessa maneira em relação ao
eleitor-raiz do Bolsonaro: frustrado, ressentido, revoltado; o líder ofende,
desrespeita, ele se vinga. (Recentemente, o Cidadão Mario veiculou um pequeno
texto que diz: “Quem ainda apoia esse governo está de mal com si mesmo e
os outros”). Já o eleitor-raiz
do PT é o do chão de fábrica.
Voltando ao jornalista, a quem respeito muito, a terceira via
também teria que ter – palavras dele - cheiro de povo, falar a língua do povo,
e ele, neste momento, acha que só se teria o Luciano Huck com essa
característica.
Da minha parte, prefiro um partido, e não vejo no momento
outro partido com cheiro e cara de partido que não o PT. Não foi Lula nem
Bolsonaro nem Dilma nem Haddad que me convenceu disso. O PSDB não é mais socialdemocrata
e se desmoralizou por várias razões. O PT teve líderes corruptos que foram
punidos, e permanece fiel às suas propostas para o País, que no fim das contas
são dentro e não fora da democracia.
Mil restrições ao PT, mas ainda é um partido, com muito mais
cara de socialdemocracia do que o PSDB. A Constituição Federal é socialdemocrata,
típica de um Estado do Bem Estar Social. Como quarto fundamento desta nossa República,
defende os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
A suposta solução Luciano Huck, com uma base necessariamente
fisiológica, a mim não convence. Tampouco acredito em teorias liberais capazes
de servir ao Brasil como se fossem luvas. Assistencialismo sem superação também
não serve, e isso deve ser cobrado ao PT e aos demais.
Fiz, faço e farei críticas ao PT e ao Lula. Mas o primeiro é
partido e outro é político - que sabe se articular, mesmo que arrogante e
demagogo em vários momentos, mas ainda é capaz de alguma grandeza; e levanta,
sacode a poeira, dá volta por cima.
Se for outro do PT, se a eleição tiver essa configuração,
terá meu voto. Eu quero um partido com cara de partido político e o PT é isso.
O resto é fascismo ou fisiologismo (sim, o PT entrou nessa durante alguns anos,
assim como o PSDB).
Se a eleição fosse hoje, o PT teria meu voto.
Assim penso hoje.
2 comentários:
Muito bom esse relato
Sempre se superando. Perfeito, como também é perfeito o motivo a opinião. Abraço.
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