3.11.2021

SE OUTUBRO DE 2022 FOSSE HOJE

Depois do discurso de Lula em 10 de março (ontem), o jornalista Octávio Guedes disse hoje de manhã o que eu gostaria de dizer. Extremistas são o Bolsonaro e o PCO (Partido da Causa Operária). Um prega Pinochet, Stroessner e Medici, o outro a ditadura do proletariado. Ainda nas palavras do jornalista, pode-se gostar ou não do PT, mas em 13 anos de poder respeitou a democracia. Sofreu impeachment e saiu, o líder foi condenado e se entregou à polícia. Lula atrai o povão que quer emprego, picanha e cerveja. O outro, o povão ressentido com a vida, com a própria vida, contra o sistema, precisa de um líder contra tudo. Palavras do jornalista, e eu assino embaixo.

Falando por mim, eu sempre pensei dessa maneira em relação ao eleitor-raiz do Bolsonaro: frustrado, ressentido, revoltado; o líder ofende, desrespeita, ele se vinga. (Recentemente, o Cidadão Mario veiculou um pequeno texto que diz: “Quem ainda apoia esse governo está de mal com si mesmo e os outros”). Já o eleitor-raiz do PT é o do chão de fábrica.

Voltando ao jornalista, a quem respeito muito, a terceira via também teria que ter – palavras dele - cheiro de povo, falar a língua do povo, e ele, neste momento, acha que só se teria o Luciano Huck com essa característica.

Da minha parte, prefiro um partido, e não vejo no momento outro partido com cheiro e cara de partido que não o PT. Não foi Lula nem Bolsonaro nem Dilma nem Haddad que me convenceu disso. O PSDB não é mais socialdemocrata e se desmoralizou por várias razões. O PT teve líderes corruptos que foram punidos, e permanece fiel às suas propostas para o País, que no fim das contas são dentro e não fora da democracia.

Mil restrições ao PT, mas ainda é um partido, com muito mais cara de socialdemocracia do que o PSDB. A Constituição Federal é socialdemocrata, típica de um Estado do Bem Estar Social. Como quarto fundamento desta nossa República, defende os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

A suposta solução Luciano Huck, com uma base necessariamente fisiológica, a mim não convence. Tampouco acredito em teorias liberais capazes de servir ao Brasil como se fossem luvas. Assistencialismo sem superação também não serve, e isso deve ser cobrado ao PT e aos demais.

Fiz, faço e farei críticas ao PT e ao Lula. Mas o primeiro é partido e outro é político - que sabe se articular, mesmo que  arrogante e demagogo em vários momentos, mas ainda é capaz de alguma grandeza; e levanta, sacode a poeira, dá volta por cima.

Se for outro do PT, se a eleição tiver essa configuração, terá meu voto. Eu quero um partido com cara de partido político e o PT é isso. O resto é fascismo ou fisiologismo (sim, o PT entrou nessa durante alguns anos, assim como o PSDB).

Se a eleição fosse hoje, o PT teria meu voto.

Assim penso hoje.

2 comentários:

ANDRÉ AMORIM disse...

Muito bom esse relato

zezebarros disse...

Sempre se superando. Perfeito, como também é perfeito o motivo a opinião. Abraço.