6.18.2007

O OUTRO

Nada de teorias psicanalíticas ou filosóficas será abordado aqui. E agora. Porque, agora, o outro é aquele tão popular quanto desconhecido. Aquele que diz tudo, principalmente ditados populares. O popular outro da expressão “É como diz o outro”.

Quem será esse outro, que tanto diz? Vira e mexe e alguém o cita: “É como diz o outro: mais vale um pássaro na mão que um caixa dois voando.”. Geralmente – preste atenção – o outro embaralha ditados, cria novos, um danado de imaginativo – inovador – é esse tal de outro.

Por um tempo acreditou-se que outro era nome próprio: - Prazer; eu sou o Outro. De quê? Ele – que, de tão especial, é o Outro – não responderia; omitiria o sobrenome de família – que é outra família, por ser a família do Outro.

A entrevista com o ser que, de tão espetacular, é Outro, continuaria:

- Outro, o que você diria hoje, hein?

- Sobre o quê?

- Sobre esse – sabe como é, esse que, como diz o outro...

- Outro sou eu.

- Pois é: o que você tem a dizer sobre esse outro, esse aí, que...

Entretanto, lamentamos informar que a identidade do Outro acaba de ser revelada. No interior do Tocantins, existe um indivíduo muito popular, que vamos fingir que se chama Fulano de Tal. Alguém o encontrou e exclamou: - Ah! Então, o senhor é que é o Fulano de Tal! Pois que, para surpresa do alguém citado, Seu Fulano respondeu:

- Eu não sou esse que você está pensando, não: eu sou o outro.

O que dizem é que o espanto do alguém que foi apresentado ao outro - mais famoso até que o tal fulano, o Fulano de Tal -, passou a se apresentar, mais modesto que qualquer outro, da seguinte maneira:

- Muito prazer: Ninguém.

Enfim, para ser ninguém, basta ser alguém. É como diz o outro.

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