8.15.2020

O VEEMENTE

 

A infância é mesmo para se ter saudade. Na minha, por exemplo, Gilmar era goleiro da seleção.

Deve ter sido alegado que o Queiroz é mesmo do grupo de risco. Mas vários outros são, a diferença é que ele é amigo do rei. Sim, não estamos em Pasárgada, mas ele sim. O Brasil deixou de ser império para continuar sendo.

Ah, você queria fechar o STF, não é? Nesse caso, a mídia, já ou ao mesmo tempo, teria sido calada, e nem saberíamos de mais esse episódio, não é? Um conforto só.

Nada como um dia depois do outro, nada como uma menção ao genocídio depois de um outro seja-o-que-for. Um Queiroz, por exemplo. Serei preso por isso?

Quando William Waack disse que a buzina insistente que o incomodava antes de entrar no ar era coisa de preto, postei uma foto de Pixinguinha com Louis Armstrong, e achei que não era necessário dizer: Sim, WW, esses pretos e suas buzinas. Como as notícias insistem em teimar, era sim.

Mas tudo faz sentido, juízas e juízes têm sempre razão. Pior seria sem. A humanidade é mesmo errática, sempre haverá um erro a corrigir outro. Um dia, pode ser que a justiça seja para todos, a começar pela oportunidade de estudar e trabalhar. Pois ora dirão que isso seria um erro, não é mesmo?

Jerônimo, que já foi herói do sertão, hoje é um cachorro. Se houvesse sindicato de cachorros, ele seria o presidente. Ontem à noite, esse cão alado voou do sofá à poltrona e latiu aos seus dezoito pulmões contra um estrondoso trovão. Jerônimo, que inveja da tua veemência.

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