6.06.2006

IDÉIAS, MELHOR NÃO TÊ-LAS?

O que não pode é a pessoa ter uma idéia e depois esquecê-la. Daquelas que não é a ficha que cai; quem cai é o próprio orelhão.

Andar com agenda de bolso pode ser uma boa idéia, desde que seja lembrado de que ela – a agenda - está no bolso.

No fim de semana, umas boas idéias passam pela cabeça da pessoa, mas dá uma certa preguiça, logo quando era possível até mesmo começar a por em pé o projeto que se desenhou mentalmente tão perfeito e bem acabado. Amanhã eu desenvolvo isso, tenho boa memória – o pensador de idéias pensa. E aí, quando chega a Segunda-feira, cadê a idéia?

Porque esse negócio de ficar ouvindo discurso cretino e imbecil, assistindo troca de insultos, chorando mais uma morte por tentativa de reação a tentativa de assalto ou de garoto vendendo ou comprando porcaria, entristece e embota o pensamento; é preciso ter idéias.

E namorar é preciso; viver não é preciso. Melhor fará quem tiver idéias no momento em que estiver namorando que instantaneamente as guarde em recanto cerebral reservado para boas e inoportunas idéias – pois não é recomendável pedir um instante, meu bem, vou anotar uma idéia e já volto.

Uma boa idéia pode, até, surgir durante uma boa conversa para, imediatamente, ser anotada na agenda de bolso. Pode-se inclusive ser generoso com o interlocutor e dizer que ele é que deu uma idéia tão boa que você resolveu anotá-la. Na verdade a idéia anotada será a sua, a que você teve, muito melhor que a dele, mas ele não precisa saber disso – a menos que quem esteja nessa conversa com você seja dado a cobrar direitos autorais por qualquer idéia que ele tenha, principalmente as ruins, más, péssimas idéias. Nesse caso, utilize-se do já citado RCRBII - Recanto Cerebral Reservado às Boas Idéias Inoportunas. E fique com a agenda coçando no seu bolso.

Mas, atenção: o RCRBII não abre nos fins de semana.

E que a idéia era boa, era.

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