2.22.2015

ALMADA


O momento é de tristeza, mas ele não iria gostar disso. Nós nos conhecemos na Internacional de Engenharia, em 1984, ambos vindos de casamentos desfeitos. Após uma aula de um curso no centro do Rio, ele me convidou para um chope. Foi o primeiro de muitos, em muitas ocasiões. Uma vez, saiu para comprar cigarro e trocou de carro. Em outra, recebeu um telefonema, demitiu-se e foi morar e trabalhar em São Paulo. Depois, por causa de um projeto em Angra I, foi morar lá, em uma casa muito simples, à qual acrescentou uma enorme varanda com piscina e vista para o mar, e eu dizia que era o primeiro barracão com varandão e piscina que eu conhecia. Casou-se com Ângela, e os dois se mudaram para Cabo Frio. Eu já estava com a Rosa; numa das vezes em que fomos visitá-los, o pneu do meu carro furou; Anete, uma mulher de verdade, percebendo minha falta de jeito, trocou o pneu. Chegamos exaustos, mas qualquer cansaço desaparecia na companhia deles. Mais ou menos na mesma época, meu namoro com Rosa fazia um mês, e ele me chamou para um chope no Belmonte do Flamengo; depois, fomos à casa dos pais do André assistir ao jogo de despedida da seleção do Lazaroni. Acabamos a noite no Zepelim, que nessa época ficava em São Conrado. Inspirado por aquele sujeito de rompantes geniais, avisei à Rosa que me casaria com ela. No dia seguinte, telefonei a ela, e disse, Não se assuste, não estou pedindo você em casamento, apenas avisando que vamos nos casar. Fomos ao casamento de Almada e Ângela em São João Nepomuceno. Os dois foram morar em Juiz de Fora, nós, em Florianópolis. Falávamo-nos pouco por telefone, até que ele virou o furacão do Facebook, criando um grupo próprio, sempre publicando coisas interessantes. Faz uns dias, me ligou para saber de amigos dos tempos da Internacional de Engenharia. Falei da Sandra, no Facebook, e ele me disse que viria nos visitar, aqui, em Floripa. Ângela virá, espero que em breve. Ele fica na nossa memória, para sempre, nosso querido Almada.

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