6.19.2013

A REVOLUÇÃO DO SILÊNCIO – ROMANCE DE 2007 (MARIO BENEVIDES) – TRECHOS:

“Nada mais chamava a atenção de ninguém. Era normal a sucessão de guerras, desgraças, vilezas, grosserias explícitas e outras disfarçadas. Movimentos, protestos, marchas, armas de todo tipo, tudo (...) somente imagens coloridas. (...) O que fazer para chamar a atenção dos outros, ainda mais a ponto de provocar uma revolução? (...) Seria pacífica, sem tiros ou golpes de estado: uma revolução de mentalidade.”


“As comunicações se haviam tornado insossas, repetitivas e sem crédito. (...) [A política] caíra em terreno ainda mais árido de interesse do que o experimentado pelas comunicações. (...) Nada mais parecia despertar o mais vago patriotismo – nem mesmo o velho futebol.”

“A tecnologia avançava em seu ritmo já assimilado mundialmente, ou seja, vertiginoso. (...) Lá fora, indigentes, estudantes, burocratas, sobreviventes da vida nas ruas, atores e atrizes do Cerrado e arredores, índios e suas vestimentas características, índias inteiramente nuas, padres, freiras, estrangeiros radicados no país, profissionais de comunicação do mundo todo, militares, prostitutas, travestis, mulheres-crentes e suas tranças desalinhadas até a cintura, mulheres de pano na cabeça e no rosto, mulheres de tailleur e de minissaias e de calças despojadas e homens de terno e gravata e de bermuda, tipos os mais variados, alguns andando de um lado para o outro, enquanto outros preferiam sentar-se no chão e outros, ainda, deitaram-se. Todos em silêncio.”

(...)

“Desânimo nunca mais; imposições nunca mais; demagogia nunca mais; corporativismo nunca mais; inclusão, progresso econômico, financeiro e humano, sempre. Democracia sempre. Esclarecimento sempre. Cultura, educação, capacitação; respeito; ética - sempre. Punição por meio de prisão e/ou prestação de serviços comunitários, banimento e constrangimento por meio do mais absoluto ostracismo aos corruptos e corruptores. Assim foi.”

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