2.21.2012

O CONSELHEIRO

- Quando eu contei pra ele, ele chorou.
- Qualquer maneira que ele reagisse, você não iria gostar.
- Eu preferia que ele gritasse.
- Se ele gritasse, batesse em você, se ele saísse batendo a porta, se respirasse fundo e dissesse palavras racionais ou mesmo bonitas... se ele ficasse em silêncio, profundo, misterioso, indiferente ou desdenhoso... nada, nada iria agradar a você.
- Não sei.
- Pode ter certeza, é assim que nós somos. A gente quer que aceitem o que a gente diz, não importa o que. Nem a quem. Somente se ele concordasse com você...
- Não era uma questão de concordar, mas de aceitar, de achar natural, sabe, até achar... bonito.
- Poucas pessoas acham isso bonito.
- Mas faz parte da vida.
- Tem muita coisa que faz parte da vida que não é nada bonita.
- Ah, mas não valem comparações com crimes, violência, isso não tem nada a ver com essas coisas.
- Concordo. Mas é algo que, para a maioria, ainda não é normal.
- E o que é normal?
- Um dos sentidos é estar de acordo com uma determinada norma. Ainda que hoje a norma – a lei - seja aceitar, incluir... a norma social de muitos ainda é contrária. Já foi pior, você sabe.
- Eu fiquei muito chateada.
- De qualquer jeito você ficaria. É normal.
- O que é que eu devo fazer?
- Tentar de novo. Vá lá e volte a conversar com ele.
- Pra você é fácil.
- Claro.
- Não é com você, não é? Não tá nem aí... Conselho, se...
- Pague a conta. E vamos embora.

Um comentário:

Deise Formentin disse...

Adorei teu blog...ia te add mas nao consegui...
também tenho um blog, se puder e quiser add o meu e ajude-me a divulgá-lo...

http://em-busca-de-mim.blogspot.com.br


Abraços


Deise