O poeta Aldo Votto lê meus textos sobre políticos, às vezes concorda, outras, discorda, e termina dizendo:
- Jab neles.
O jab geralmente é o preparo para um direto, desse de fazer cair o queixo do adversário. Peço desculpas ao poeta, porque, hoje, não quero deixar ninguém de queixo caído.
(Poderia continuar falando de boxe, que, durante um ano e meio, treinei – meu adversário, literalmente, era um saco -, mas só poderia falar de um e somente um boxeador: Cassius Muhammad Ali Clay, que, na célebre luta contra George Foreman na África, como armas usou jabs, esquivas e o próprio rosto, até levar o Foreman à exaustão física, mental e principalmente de nervos; e, aí, jab seguido de direto na velocidade da luz, fim da luta, Muhammad Ali campeão do mundo. Mas, hoje, falemos de outro assunto, em moderadas e comportadas doses.)
Não beba vinho como se fosse cerveja nem cerveja como se fosse água.
Uísque, só se um dos três estiver de smoking: você, o garçom ou o uísque – afinal, se o melhor amigo do homem é o uísque, teu nome é Vinicius de Moraes, primeiro e único.
A reta é o menor caminho entre dois pontos. Explique isso a um bêbado.
A vodka é a bebida invisível. Explique isso à sua mulher.
O melhor amigo do homem é a mulher: o olfato feminino supera o do cão.
Se você chegar em casa cedo (de manhã) e sua empregada chegar à sua casa tarde (de manhã), um é a consciência do outro.
Melhor que Ivete Sangalo, Ronaldo e Cafu fazendo anúncio de cerveja, só o Zeca Pagodinho dançando Axé de chuteiras.
Se for se embriagar, não saia: saia justa, com Mônica Waldvogel, ou sem saia, com Luciana Gimenez.
Escrever é trabalho – para o escritor e, a depender deste, para o leitor. Seja escrevendo ou não, se for beber, não trabalhe. Se for trabalhar, não beba. Ou, pelo menos, faça uma revisão quando estiver a seco, sem ressaca e sóbrio, capaz de um belo pedido de desculpas sem usar uma só palavra. A não ser por escrito.
Encerrando este sóbrio e comportado decálogo, lembre-se: o único caipira que se deu bem de verdade é do sexo feminino - a caipirinha. Assim sendo, Garçom! Uma cerveja, por favor. E não nos deixe aqui de mãos levantadas, imitando a estátua da liberdade.
Um comentário:
Ave Mario!
Apenas para não deixar de participar do teu inspiradíssimo decálogo, cito o poeta Paulo Leminski sobre o "clima" da Curitiba dele e atualmente, de segunda a sexta, minha também :
" Em Curitiba beber não é vício, é legítima defesa."
Abração,
Aldo
Postar um comentário