9.01.2007

UMA QUESTÃO DE TEMPO

A calçada ou o atropelamento.
O parto interminável ou a cesariana.
As escaras ou a cura.
A janela ou o dia seguinte.
A maca ou o lençol.
O tiro; ou a persuasão.
O insulto e o auto-controle.
O arremeter ou o aterrissar.
O parar na hora certa ou avançar, arriscar, bater. No cruzamento.
Umazinha a mais. Só umazinha. Ou ir embora ou dormir.
Apertar o cinto ou afrouxar a gravata.
Ir de tonta, com. Ou sem. Camisinha.
Remoer uma vingança e alimentar um câncer.
Enfrentar um câncer
Vindo ou não da vingança remoída
Vindo sabe-se lá da pureza
De tão pura que não suporta a si e a si tenta destruir -
Ou se deixar levar.

A morte não é uma questão de tempo.
A morte é escolha.
Apenas nunca somente sua.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Mario,

Quando reconhecemos a derrota, escolhemos morrer. Por isso, Mario, como já registrei noutro lugar:

É preciso preservar alguma dúvida; ela e a esperança são as duas rodas da bicicleta que conduzimos rumo ao futuro certo que não pretendemos. Com esse cuidado, quanto mais pedalarmos, mais aumentarão nossas chances de manter longínquo o destino inelutável e indesejado de nossa viagem cotidiana.

Abraço,
Aldo

Anônimo disse...

Oi Mário!
Aqui é a Patrícia,FDC/ MBA, Minas Gerais, lembra de mim?
:)
venho aqui de vez em quando e adoro tudo que vc escreve!
Este post, que recebi tbm por email, me tocou muito.
Parabéns pra vc!
Minha irmã tbm tem um blog, ela escreve lindo tbm, depois vc vê, se gosta: www.adriosol.blospot.com