Dizem que
religião é um dos assuntos proibidos, mas, se não nos falarmos, aí mesmo é que
não vamos nos entender, e dar de bandeja para quem ganha com isso.
Há bons
religiosos, que desempenham seu papel com a intenção de fazer o bem, de trazer
conforto, esperança, consolo, remédio e comida. Uma coisa é o religioso; outra,
o manipulador.
Se tivermos
sorte e determinação; se conseguirmos protestar e discordar civilizadamente,
mantendo as amizades acima das nossas paixões e supostas verdades em matéria
política, teremos eleições em 2018. (Que ninguém se iluda, isso depende de nós.)
É bastante provável que alguns candidatos de 2014 o sejam novamente. Lembro-me
de mais de um que falava sobre qualquer coisa e depois concluía: “Para mim,
casamento é entre homem e mulher”. Pouco importava se a questão era o panorama
político, beirando à ruína; o andar para trás da economia; a cruel e burra
distribuição de renda – a 76a entre 136 países; a violência a passos
largos para a barbárie; ou as hordas de desgraçados vendendo ou se entupindo de
drogas, principalmente a mais barata e vil, por absoluta desesperança e falta
de oportunidades, a grande maioria desde o nascimento. Nada disso importava, o
que realmente importava para aqueles candidatos era o bordão que os conectava: “Para
mim, casamento é entre homem e mulher”. Não se elegeram, nem se esperava por
isso, mas alcançaram o que queriam: abocanhar mais poder. Seus eleitores não pensam
sobre si - suas péssimas condições de vida, seus filhos fora da escola ou a
frequentando sem condições de aprendizagem, podendo ser mortos dentro da
escola, enquanto os nossos filhos, tomara – Deus queira - que voltem para casa,
sãos e salvos.
Os eleitores
dos que levam livros religiosos para o lugar errado, apenas para abocanhar mais
e mais poder, mera, covardemente fisiológico, convivem conosco, em nossas
casas, em nossos trabalhos, nas lojas, nas ruas. Mas não os vemos, somos de
mundos diferentes. Eles nos veem. E nos escutam. Como falar com eles? Ou não
tem nada a ver?
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