Nunca vou deixar de admirar o talento de Chico Buarque, sua
sensibilidade, seu humor, sua persistente, poética e musical crítica à ditadura.
O que dói não é vê-lo defender o que sempre defendeu – uma ideologia. Que se
foi com estátuas e muros derrubados, que se despede com a mão fantasma
estendida ao suposto contrário, tosco espalmado sonho de liberdade fincado em
outra ilha. Dói é não haver um único Renato, Cazuza ou Chico que cante contra a
volta da piada no exterior, do puteiro para se ganhar dinheiro, das tenebrosas
transações.
Sempre fui de esquerda sem nunca ter sido marxista. Se você
acha isso impossível, não leu ou viveu o bastante. Muita vida, muita leitura
pra você.
Sim, somos o outro lado. Nem Machado nem Sartre. Somos o
inferno; somos os outros. Do mesmo lado que você, que pensa ter vencido e levou
para casa as batatas.
Se eles montassem a estratégia de poder eterno comprando
votos para sempre com o dinheiro deles já seria uma ofensa. Com o nosso e além
de tudo, falta de educação.
Esporte é arte, é educação. Educação é...
Senhores desejosos do controle do que pensamos, constatamos
e dizemos, será vosso ídolo o que prendia e arrebentava os que não fossem
democratas como ele?
Amigos petistas, continuem nos atirando suas pedras: elas
não nos atingem: as que nos ferem são feitas de um ouro escuro, roubado de quem
nunca o teve. Nem nunca terá. Ou a ficha ainda não caiu?
Eu não dou uma esmola a um pobre que é são, ou lhe mata de
vergonha ou vicia o cidadão. Aos que pensamos assim – não é, Gonzaguinha? -, que
nos chamem de imbecis: sempre tivemos um fraco por elogios. Que Manoel de
Barros nos abençoe.
Ao invés de 39 ministérios e seus ministros, 39 ministros e
seus ministérios.
Nunca na história deste país um eleitorado foi tão bem
enganado como o deste do PT, tanto dos desinformados quanto dos informados. Não
por falta de aviso, mas por excesso de paixão, cartilha gasta e tantas vezes
sequer lida, berros roucos tanto quanto falsos, scripts mal lidos, mal
decorados, tudo disfarçado de argumento; de razão.
A razão é de todos ou não é de ninguém, Jorge Luís Borges.
Mais importante que a razão é a felicidade, Ferreira Gullar.
Borges, Felizes os felizes.
E O prazer do poema, tal como pesquisado, colecionado e
reproduzido no livro de Ferreira Gullar.
O resto é o resto, quem dera alucinação.
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