Há canções do Caetano Veloso que
vão ficar para sempre, mas uma recente foi como um tiro de espingarda com dois
canos em duas coisas que a gente gosta: a Bossa Nova e a outra.
Um grande amigo meu quer
desenvolver uma tese sobre o amor do brasileiro pelo lixo. De fato, é algo
assombroso ver um indivíduo despejar lixo na água do mar onde ele se banha e na
areia da praia em que se deita.
Dizer que tudo de ruim que
acontece no Brasil é herança dos portugueses – “ah, as capitanias
hereditárias...” - é o mesmo que faz um indivíduo que, na milésima sessão de
psicanálise, ainda quer matar papai e namorar mamãe.
Só há um motivo para os portugueses
terem colonizado o Brasil e por tanto tempo. Em matéria de navegação e expansão
territorial, eles eram no mínimo tão bons quanto os melhores daquele tempo.
Quem era contra a privatização
privatiza, quem era a favor da liberdade quer proibir, quem desfazia da mão de
ferro na economia usa pés de ferro e com o mesmo guru: Delfim Neto. Pois é,
Cazuza: Vemos o futuro repetir o passado, vemos um museu de grandes novidades.
Olha o arrastão entrando no mar
sem fim.
Por ter lido há alguns anos a biografia
de Simón Bolivar escrita por Moacir Werneck de Castro, respeitável jornalista e
estudioso com nítida postura de esquerda, jamais engoli o título de bolivariano
com que Hugo Chaves batizou seu regime de governo, que vai além-túmulo com
Maduro. Eis que leio na epígrafe do livro de Enrique Krauze, respeitável
jornalista, estudioso e defensor da democracia, o seguinte pensamento de
Bolivar: “A continuação da autoridade num mesmo indivíduo com frequência tem
marcado o fim dos governos democráticos.”
Enquanto os físicos definem que a
frequência é o inverso do período, o Ministério do Bom Senso adverte: na tomada
como na política, a melhor corrente é a alternada.
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