Eles sabiam que estavam sendo gravados e por isso cada um
deu o melhor de si, ao seu jeito. De um, o clamor pela liberdade de não ter que
respeitar leis e magistrados. Melhor prendê-los. Ódio. Muito ódio. Outro convida
aos demais para que compartilhem da sua esperteza. É hora de aproveitar a tragédia para
que tudo passe sem que se perceba, como se fosse uma boiada. A bajulação quase
unânime ao que vocifera para mostrar que é macho e que fala do povo para
mostrar que é bom e que deixa claras suas intenções de armá-lo. Ao seu lado, um
silêncio que não esconde o sorriso de quem somente espera sua vez, quem sabe,
para um sonhado autogolpe. Apenas uma surpresa, não com o alinhamento moral (ou
amoral), que já era notório, com o que fez questão de dizer que leu Keynes três
vezes e que demonstra com toda clareza que não entendeu nada do que leu.
Finalmente uma surpresa. Afinal, era 22 de abril, 520 anos depois da descoberta
pelos portugueses dessa terra, em que se plantando, tudo dá.
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