O tema do Terceiro Sarau do
Mario, ainda sem local, mas com data – 22 de agosto -, será exatamente este: Dez
anos de O Diário de um Mario. A ideia surgiu de um comentário de Luiza Kons,
que me entrevistou em seu programa Conversa de Lado, da Rádio UFSC.
Eu e minha
garage band - Carine Bergmann, seu marido Ramon e Lucas Ferreira -, fazemos
nosso planejamento quinzenal no pub Blue Bird, na Rua Mauro Ramos, em
Florianópolis. É o mais inusitado pub que conheço: só abre para almoço; à noite,
só para nós. O dono, Nicolai, dorme lá e é poeta. Nas paredes, poemas de Paulo
Leminski, José Régio e, a pedido do Nicolai, passou a ter um trecho do meu Os
Olhos Delas, que deu título ao livro que publiquei ano passado. Lá, no mesmo
Blue Bird, foi ensaiada, por Cassiano e Dilmara, uma canção minha - Cervantes, o
Bar, que fiz quando ainda morava no Rio e frequentava o Bar Cervantes na
esquina de Prado Junior com Barata Ribeiro, lá pelo final dos anos oitenta. Observar
alguns frequentadores e a redondeza inspirou o refrão: “olhando no fundo do copo”.
Dia desses, comecei a ler algumas das
crônicas da coletânea As Cem Melhores Crônicas Brasileiras, de Joaquim Ferreira
dos Santos, publicada em 2007. Uma delas se chama Morreu o Valete de Copas, de
um certo João Antônio, segundo o qual Esdra Passaes, o valete falecido, "dizia
que a verdade, se existe uma, mora nos olhos das mulheres e no fundo dos copos".
Inspiração é isso: uma nuvem
passando ao alcance das mãos de quem tiver a curiosidade de saber que textura e
gosto uma nuvem tem.
Minhas boas vindas às comemorações
dos dez anos de O Diário de um Mario.
Bom domingo. Boa semana.
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