SER BOTAFOGUENSE
Gostamos de títulos, claro, e temos poucos, todos sabem. Poucos e bons. Sim, somos bissextos, o que não deixa de ser especial. Mais que títulos, nos agradam a arte e a história.
Heleno de Freitas, sua elegância, sua fúria e loucura.
Uma cortina que foi esquecida aberta, alguém que corre para fechá-la; um cachorro chamado Biriba.
Um drible de Garrincha em Newton Santos no treino em que o anjo das pernas tortas – assim o chamava o botafoguense Vinicius – se tornou titular da camisa sete com a estrela solitária, astro das seleções pioneiras de títulos mundiais e da bela biografia que mereceu, de quem, além de flamengo, era Garrincha, ele mesmo, Ruy Castro.
Um passe de Gerson e um gol de placa de Jairzinho, único a fazer gol em todas as partidas de setenta. Há ou houve outro na história do futebol que tenha feito isso? Que me digam os estudiosos.
Um gol e uma saudável presepada de Túlio Maravilha.
Um drible de Seedorf, uma defesa de Jéferson.
Não nos importam segunda nem terceira (que, ao contrário de alguns, ainda não frequentamos – e teremos a sorte de não frequentar). Não há divisões para nós, somos que nem nossa estrela: viajamos no tempo, meteóricos e atemporais, visitando a arte, contando a história.
O resto é tabela. O resto é calendário.
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